História com jogo dos sentimentos planetários 🌍🌀🎲
Há muito, muito tempo, em uma galáxia bem conhecida — a nossa — um planeta azul começou a agir de forma diferente. Ele não queria mais girar. Algo estava errado, mas ninguém sabia exatamente o quê. Foi aí que os outros planetas decidiram intervir.
Essa é uma história que mistura ciência e emoção, planetas e sentimentos, universo e empatia. E, no final, propomos um jogo criativo que convida crianças a falarem sobre o que sentem, inspiradas pelo comportamento dos astros.
O dia em que a rotação parou 🌎💭
Era uma manhã tranquila na Via Láctea quando Júpiter percebeu algo estranho: o planeta Terra estava… imóvel. Ele não girava. Suas nuvens estavam paradas, os continentes imóveis, os oceanos calmos demais. O Sol, do seu lugar, também notou a diferença: a Terra sempre se destacava pelo seu movimento elegante, meio apressado, mas cheio de vida.
— Terra, está tudo bem aí? — perguntou Marte, preocupado.
A Terra ficou em silêncio. Depois de um longo suspiro, respondeu baixinho:
— Estou… cansada. Cansada de girar, de correr, de aguentar tudo. Às vezes, queria só… parar um pouco.
Todos os planetas ficaram chocados. Como assim a Terra não queria mais girar? Eles giravam havia bilhões de anos! Era o que sabiam fazer! Mas, depois de ouvirem mais, começaram a compreender.
A Terra continuou:
— Sinto que carrego muitas dores. Que ninguém me escuta. Que estou cheia de gente, cheia de gritos, cheia de tristeza. Só queria um tempo pra respirar.
Saturno, com seus anéis brilhantes, aproximou-se e disse:
— Sentir cansaço é natural. E mesmo nós, planetas, podemos ter dias em que tudo parece pesado demais. Talvez você só precise de um pouco de cuidado.
E foi assim que nasceu a ideia de um jogo diferente — o Jogo dos Sentimentos Planetários — onde cada planeta falaria sobre o que sente, e juntos encontrariam formas de cuidar de si e uns dos outros.
Por que falar sobre sentimentos com crianças?
Falar sobre emoções é essencial no desenvolvimento infantil. Quando crianças aprendem a identificar o que sentem, ficam mais preparadas para lidar com frustrações, resolver conflitos e expressar suas necessidades. Histórias como essa criam pontes entre o universo emocional e o mundo que elas conhecem — como o espaço, os planetas e suas características.
Transformar sentimentos em personagens cósmicos torna o diálogo mais leve e acessível, especialmente para crianças que têm dificuldade em nomear o que sentem. E o melhor: também desenvolve empatia, pois ao ouvir que a Terra está triste ou Marte está ansioso, elas se reconhecem e aprendem a ouvir o outro.
Criando o Jogo dos Sentimentos Planetários 🌌🎲💬
Agora é a sua vez de levar essa conversa para a prática. Com materiais simples, é possível montar um jogo interativo que mistura astronomia e educação emocional.
Materiais necessários:
- Papelão ou cartolina (para o tabuleiro)
- Canetinhas ou lápis de cor
- Um dado comum (ou feito de papel)
- 8 a 10 fichas com emoções (tristeza, alegria, raiva, medo, cansaço, empolgação, vergonha, orgulho, saudade, amor)
- Peões (podem ser botões, tampinhas ou bonequinhos)
- Impressão ou desenho de planetas (ou imagens recortadas)
Passo a passo:
- Monte o tabuleiro
Desenhe uma trilha com círculos ou estrelas. No início, coloque o Sol. Ao longo do caminho, inclua os planetas do sistema solar (ou outros que quiser inventar). - Crie as fichas de sentimentos
Em cartões pequenos, escreva uma emoção por ficha. Pode ilustrar com rostinhos que representem essas emoções ou com símbolos. - Escolha os peões
Cada jogador escolhe um peão e começa no Sol. O objetivo é visitar os planetas e escutar o que eles sentem. - Comece a jogar
Ao cair em um planeta, o jogador retira uma ficha de sentimento e lê em voz alta. Depois, deve responder a pergunta:
→ “Você já sentiu isso? Quando?”
Ou ainda:
→ “Se o planeta sentisse isso, o que ele diria?” - Crie o momento de acolhimento
Ao final de cada rodada, incentive todos a darem ideias de como aquele planeta poderia se sentir melhor. É um exercício coletivo de cuidado e escuta.
Exemplo de jogada:
- O jogador caiu em Marte.
- Tira uma ficha: “Medo”.
- Ele responde:
— Acho que Marte teria medo de ficar sozinho, porque está longe dos outros planetas. - Outro jogador complementa:
— A gente pode escrever uma carta para Marte, para ele saber que não está sozinho. - Todos riem, se escutam e seguem jogando.
Expandindo a brincadeira com criatividade
Além do jogo tradicional, você pode propor variações:
- Oficina de cartas planetárias: cada criança escolhe um planeta e escreve uma carta sobre como ele se sente.
- Teatro galáctico: crie uma encenação com os planetas contando seus sentimentos.
- Roda dos sentimentos: no final do jogo, todos dizem como estão se sentindo naquele momento, como os planetas.
Essas atividades ajudam a fixar o aprendizado emocional e tornam o universo uma extensão da linguagem das crianças.
Quando o universo encontra o coração
Naquela noite cósmica, depois de tantas conversas e risadas, a Terra começou a girar de novo — devagar, com cuidado, sentindo que não estava sozinha. Os planetas prometeram continuar ouvindo uns aos outros, e o Sol, de onde observava tudo, sorriu.
O céu, afinal, também é feito de sentimentos.
E aqui na Terra, quando uma criança joga e compreende, algo gira dentro dela também — algo que a conecta com o outro, com o espaço e com si mesma.
Porque até os planetas precisam parar às vezes. E tudo bem. 🌠💫